sexta-feira, 21 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem : Meu primeiro beijo

Esta situação de aprendizagem foi feita a partir da compilação de atividades executadas pelas componentes do blog em atividades presenciais, para o curso Melhor Gestão, Melhor Ensino – Formação de Professores de Língua Portuguesa.


Situação de Aprendizagem :" Meu primeiro Beijo", Antônio Barreto


Tempo previsto: 4 a 6 aulas
Série/Ano: 7ª./8º.

OBJETIVO


  • Proporcionar análise crítica e contextual da crônica, bem como a identificação dos elementos da narrativa e a compreensão significativa do texto.
  • Desenvolver a competência leitora.
  • Competências e habilidades
  • Conhecer  o gênero crônica e suas características.
  • Reconhecer os elementos da narrativa.
  • Identificar a finalidade de um texto.
  • Inferir informações pressupostas ou subentendidas.
  • Localizar informações explícitas e implícitas no texto.
  • Comparar, relacionar textos com o mesmo tema, buscando semelhanças e/ou diferenças quanto às ideias e a forma. 

Estratégias

  • Estratégias de pré-leitura.
  • Leitura compartilhada.
  • Leitura expressiva.
  • Leitura de imagens.
  • Dramatização.
  • Exposição a situações de discussão coletiva (roda de conversa, debate).
  • Uso de outros textos que remetem o conceito do texto trabalhado, assim como músicas e poemas.
  • Construir o sentido global do texto,
  • Pesquisar informações em diferentes fontes.
  • Debater tema proposto pelo texto
  • Desenvolver habilidades de comunicação, opinião e argumentação orais, 
  • Produção de textos narrativos e de opinião.

Recursos

  • Cópias dos  textos:
  1. “Meu primeiro beijo “
  2. "O primeiro beijo“
  • Dicionário
  • Imagens
  • Internet
  • DVD do filme “Meu primeiro amor”
  • Datashow

Avaliação


Processual :

Se dará por meio de observação da participação, inferência, relatos dos alunos, posicionamento e argumentação.


ROTEIRO PARA A APLICAÇÃO DA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM


Iniciar  com a música Beijo Roubado, do grupo Rastapé
Ativação de Conhecimentos Prévios
(roda de conversa)

Quais beijos foram citados na música?
Você saberia descrever algum deles?
Existe algum outro beijo que vocês conheçam e que não foi mencionado na música?
O que o beijo significa em nossa sociedade?
Com que idade se costuma despertar o interesse pelo beijo?
O que faz com que beijo seja especial?

Apresentação do livro "Balada do primeiro amor“

  • Antonio Barreto
  • Que tipo de beijo acreditam que será abordado?
  • Como vocês acham que acontecerão os fatos?
  • Leitura do título- "O primeiro beijo"
  • Como foi o primeiro beijo de vocês?
  • Como foram abordados/ abordaram?
  • Onde foi? O que o tornou inesquecível?
  • Quem foi o primeiro a ficar sabendo?
  • Exibir aos alunos imagens sobre relacionamentos e beijos
  • Apresentar as cópias dos texto

Indagação aos alunos

a) O primeiro beijo sempre é bom?
b) Ele tem que ter lugar especial para acontecer?
c) Tem que ser com alguém especial?

Após a leitura silenciosa:

O texto correspondeu às expectativas?  Por quê?
Que desfecho era o esperado?
Que parte acharam mais interessante?
Quais sentimentos foram provocados pela leitura?

Leitura compartilhada

  • Pausada para que haja o levantamento de palavras desconhecidas.
  • Essa palavra prejudica a compreensão do texto?
  • Que outra palavra poderia substituí-la dentro desse contexto?
  • O que faz o menino ser chamado de "cultura inútil"?
  • Qual foi a "cantada" passada por ele?
  • Existe no texto outro discurso? Qual?
  • Considerando o trecho: “as contas do telefone aumentaram, depois diminuíram ... e foi ficando isso.” O que podemos sugerir sobre a relação entre o tempo e a paixão?

Apresentação do filme "Meu primeiro amor"

Leitura feita pelo professor :

"O primeiro beijo"  de Clarice Lispector

Comparação de gêneros

  • Quais são as semelhanças e diferenças de abordagem do tema  entre os gêneros textuais?
  • De qual você mais gostou? Por quê?
  • Quais são os elementos que chamam mais atenção?
  • Existe intertextualidade entre eles? Como ela é estabelecida?

Bibliografia



BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 
1977. p. 134-6.
Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

ROXO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Extraído de http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/404291,35B/Assets/linguaportuguesa/pdf/rojo.pdf acesso em 21.13.2013

Situação de Aprendizagem : "Pausa"

Esta situação de aprendizagem foi feita a partir da compilação de atividades executadas pelas componentes do blog em atividades presenciais, para o curso Melhor Gestão, Melhor Ensino – Formação de Professores de Língua Portuguesa.


Pausa  

                                                                                                                              Moacyr Scliar


Objetivo

  • Estabelecer  estratégias de leitura que promovam o desenvolvimento de habilidades leitoras.
  • Tempo Previsto: 8 aulas                     
  • Série/Ano: 8º/ 9º

Competências e habilidades

  • Conhecer  o gênero conto e suas características.
  • Reconhecer os elementos da narrativa.
  • Identificar a finalidade de um texto.
  • Inferir informações pressupostas ou subentendidas.
  • Localizar informações explícitas e implícitas no texto.
  • Comparar, relacionar textos com o mesmo tema, buscando semelhanças e/ou diferenças quanto às ideias e a forma. 

Estratégias

  • Estratégias de pré-leitura.
  • Leitura compartilhada.
  • Leitura de imagens.
  • Exposição a situações de discussão coletiva (roda de conversa, debate).
  • Uso de outros textos que remetem o conceito do texto trabalhado: Música “Você não está com nada” de Caetano Veloso
  • Construir o sentido global do texto,
  • Pesquisar informações em diferentes fontes.
  • Debater tema proposto pelo texto
  • Desenvolver habilidades de comunicação, opinião e argumentação orais.

Recursos

  • Cópias dos  textos:
  • “Pausa”
  • “Você não está com nada”
  • Dicionário
  • Imagens
  • Internet
  • Datashow

Conteúdo abordado

  • As características do conto
  • Estrutura
  • Elementos da tipologia narrativa
  • Sutilezas  e Subjetividades do gênero
  • competências
  • Leitura
  • Inferências do tema ou o assunto principal, com base na localização de informações implícitas
  • no texto;
  • Identificar as características do gênero conto

Avaliação

  • Processual :
  • Se dará por meio de observação da participação, inferência, relatos dos alunos, posicionamento e argumentação.

Pré-leitura

  • O que este símbolo quer dizer?

Fig. 1




  • Vocês sabem o que é estangeirismo?

Fig. 2



Estrangeirismo é o emprego de palavra ou frase estrangeira e o emprego de palavras ou frases da língua inglesa chama-se anglicismo.
Costumamos usar a palavra “pause” em vez de pausa devido a esse fenômeno.

Linguagem visual


Observe as seguintes imagens  e explique a que tipo de pausa a imagem remetem:


Fig.3



Fig. 4



Fig. 5



Fig. 6




Fig. 7







E essa frase o que quer dizer?

Fig.8





Capacidade de compreensão

  • O que se espera de um texto com o título “PAUSA”?
  • Vocês já leram algum texto do gênero Conto?
  • Conhecem o autor Moacyr Scliar?

Apresentações

  • Do livro
  • Do autor Moacyr Scliar

Capacidade de decodificação

  • Roda de Leitura
  • Leitura compartilhada

Discussão

  • Gostou do texto?
  • O texto correspondeu às expectativa causadas pelo título?
  • O que levava a personagem Samuel a sair todos os domingos pela manhã para dormir em um hotel e se identificar como Isidoro?

2º texto 

Apresentação da música “você não está com nada” de Caetano Veloso.

COMPARANDO GÊNEROS

  • Quais são as semelhanças e diferenças de abordagem do tema  entre os gêneros textuais?
  • De qual você mais gostou? Por quê?
  • Quais são os elementos que chamam mais atenção?
  • Existe intertextualidade entre eles? Como ela é estabelecida?
  • Os dois textos abordam a tentativa de  fuga do cotidiano dos problemas e crises existenciais.
  • Qual a relação que podemos fazer com o nosso dia a dia? Como as pessoas costumam fugir dos problemas ou de sua rotina.
  • Qual a intencionalidade do autor ao colocar o título “Pausa”?

Bibliografia

SCLIAR, Moacyr em BOSI, Alfredo (org). Pausa. Disponível em http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/413029,A6/Assets/linguaportuguesa/materialep/texto_pausa.pdf . Acesso em 21.06.13

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Disponível em http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/404291,35B/Assets/linguaportuguesa/pdf/rojo.pdf . Acesso em 22.06.13






Meu Primeiro Beijo

Antonio Barreto



É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...


Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:

"Você é a glicose do meu metabolismo.

Te amo muito!

Paracelso"

E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso.  Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:

- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida. Mas ele continuou:

- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias  e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:

- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...

Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns 
segundos.

E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos 
apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 
1977. p. 134-6.
Extraído de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22430

Situação de aprendizagem sobre o texto Avestruz

Esta situação de aprendizagem foi feita a partir da compilação de atividades executadas pelas componentes do blog em atividades presenciais, para o curso Melhor Gestão Melhor, Melhor Ensino - Formação de Professores de língua Portuguesa

OBJETIVO

¨  Desenvolver e ampliar a capacidade leitora
¨  Público alvo: Alunos do 6º ano

CAPACIDADE DE DECODIFICAÇÃO

¨  Roda de Leitura
¨  Leitura em voz alta

ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTO DE MUNDO; ANTECIPAÇÃO OU PREDIÇÃO

¨  Já leram uma crônica?
¨  O que é um cronista?
¨  Conhecem o cronista Mário Prata.
¨  O que se espera a partir do título?
¨  O que é um avestruz?
¨  Quais são as suas características?
¨  Você tem um bicho de estimação?
¨  Ele compatível com o tamanho de sua casa ou
           ao convívio direto?

CHECAGEM DE HIPÓTESE

¨  Como seria morar em um apartamento e ter um avestruz como animal de estimação?



LEITURA COMPARTILHADA


INFORMAÇÕES SOBRE O GÊNERO TEXTUAL


O texto lido é uma crônica e as características desse gênero textual são:
               
v  Tem por base fatos que acontecem no nosso cotidiano; 
v  Estão presentes nos jornais, revistas e livros;
v  Leitura envolvente, pois utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê;

Características da cônica

v  Texto curto;
v  Linguagem simples (coloquial);
v  Sátira, Ironia, exposição dos sentimentos e reflexão sobre o que se fala estão sempre presentes;
v  Descrevem fatos do cotidiano.

Localização de Informações no corpo do texto

  1. O narrador compara o avestruz com outros animais.  Que animais são estes?
  2. O que o narrador pensa a respeito do avestruz
  3. Identifique no texto:
3.1 Personagem
3.2 Foco narrativo
3.3 Tempo
3.4 espaço

 4. Por que o menino muda de ideia aos saber dos hábitos alimentares da avestruz?
5. Encontre no texto duas características do gênero crônica.


APRECIAÇÃO E RÉPLICA


¨  O que a mãe achou da ideia de seu filho em ter um avestruz como animal de estimação?
¨  Qual dos argumentos utilizados pelo narrador convenceu o garoto?


APRECIAÇÃO ESTÉTICA





DIÁLOGO COM OUTRAS MÍDIAS

Reportagem: criação de avestruz, disponível em

COMPARANDO GÊNEROS

Comente a linguagem usada no texto de Mário Prata e a linguagem da reportagem Criação de Avestruz.

PRODUÇÃO TEXTUAL

¨  Mantendo o tema utilizado pelo autor Mario Prata em seu texto Avestruz, produzam, em dupla, uma crônica sobre o desejo de possuir uma animal de estimação que, por algum motivo, não seja adequado ao convívio direto.

¨  Dê um título ao seu texto.


COMPARTILHAR TRABALHOS

AVALIAÇÃO

¨  Processual
¨  Autoavaliação
¨  Formativa


Bibliografia

PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano,  vol. 2 Caderno aluno p. 9 Caderno do Professor p. 18                    
                                                                                                               
Proposta Curricular – Ensino Médio / Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) – Cenp – SEE- SP
1981-1999

ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. Disponível emhttp://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Frame/Component/CoursePlayer?enrollmentid=529245 - acesso em 21.06.13

VOLARINHO, Sabrina. Disponível em





Avestruz

Mário Prata


O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era  minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se entregavam em domicílio.

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa 
uma avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três metros. 2,7 para ser mais exato.

Mas eu estava falando da sua criação por deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.

Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. 

Sacanagem, Senhor!

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em 
forma de salsicha.

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!

Podem gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.

Ele insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.

Foi quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo, máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, 
principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.

Pedi para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

PRATA, Mário. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2
Caderno aluno p. 9
Caderno do Professor p. 18

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Leitura...uma viagem

Bem... Se ler é viajar. Foi assim que aconteceu comigo, quando li meu primeiro livro, indicado pela escola. Eu estava na 5ª. Série, acho que se chamava “A Ilha Perdida” ou “O Tesouro da Ilha Perdida”. A cada capítulo lido, eu vivia novas aventuras e explorava novos caminhos. Quando mais nova, eu lia vários gibis. Na minha casa não havia muitos livros de leitura, mas tinha uma enciclopédia, que eu sempre folhava em busca de conhecer novos assuntos. Minhas primeiras leituras por prazer aconteceram quando eu tinha uns 14, 15 anos. Foi os romances JÚLIA, SABRINA, que me faziam sonhar como aquelas personagens viviam intensamente o amor. Coisas de adolescente! Como eu também era sonhadora, comecei a fazer cadernos de poesia, até escrevia algumas, e escrevia num diário, que os tenho guardado até hoje. De vez em quando eu releio para relembrar aqueles tempos. Escrevi neste diário até os 30 anos, depois a vida foi ficando mais cheia de compromissos e eu não escrevi mais. No ensino médio e na faculdade eu tinha professores que só pela maneira que liam para nós, fazia com que nos apaixonássemos por leitura. Hoje em dia, eu gostaria de ter mais tempo para ler, pois tenho dois filhos pequenos que me tomam todo o tempo. São dois presentes que eu recebi que eu queria miuuuiiiiito. Sempre procuro ler para eles. Temos um livro que se chama “Uma história por dia”. Deixo que eles escolham as histórias, às vezes meu filho Gustavo, de 7 anos quer ler, mas a minha pequena Gabriela, de 3, não tem paciência, prefere que eu leia, fica dando opiniões, tentando adivinhar o que vai acontecer. Mas mesmo assim faço com que eles percebam como é bom ler! Como dizem os depoimentos, o livro abre ideias, sentimentos novos, descobertas para mundos novos, toca a sua essência e no meu caso até clareia as ideias, algumas vezes!



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meu encontro com a Literatura
O meu nome é Leonilia, sou professora de Língua Portuguesa, sou mãe de dois menininhos e a frase que tem me motivado é: "Ensinar é fácil, difícil é educar... Para ensinar você só precisa saber,para educar você precisa ser!"
Aqui abaixo deixo a meu relato sobre o nosso lindo encontro... A Literatura e eu"...
Falar de experiências é trazer à memória um tempo de aprendizado, e o meu tempo com a leitura pode ser considerado não só aprendizado mas também, e principalmente, libertação, me identifiquei muito com o depoimento de Contardo Calligaris, principalmente quando ele diz que “a Literatura é um meio de aprender a sonhar a própria liberdade”.
A Literatura me encontrou num momento crítico, a adolescência, momento de transformação e muita pressão e digo que ela me encontrou porque até então meu contato com a leitura era restrito, afinal para a minha família, ler era um “passa-tempo de luxo”, e eu realmente embuti em minha mente que essa era atividade para um grupo de intelectuais do qual eu não pertencia.
 Tudo começou a mudar quando a minha mãe me disse que estávamos mudando de cidade, pois o meu pai havia conseguido outro emprego, nesse momento fiquei muito perdida, muito acuada, tudo que eu conhecia e reconhecia seria mudado.  Nova escola, novos rostos, novas situações. Dentro desse contexto de novidades conheci um novo lugar... bonito, silencioso, onde ninguém me via... a BIBLIOTECA. Foi quando ela, a Literatura me encontrou e ali como em um processo minha alma começou a se libertar, se libertar da inferioridade, dos medos e anseios, do novo, do até então inconquistável.
Lá dentro da biblioteca eu me senti segura, envolta nessa segurança um título me chamou a atenção... “A marca de uma lágrima”. Marca...  Lágrima, tudo me pareceu familiar, já o nome Pedro Bandeira não era nada familiar, soava tão distante. Mas foi a partir dali que o meu mundo se expandiu, por um tempo li escondida, a biblioteca era o meu refúgio, porque ali em meio à tantas letras, letras essas que agora se tornavam histórias, aventuras, dramas, foi que eu aprendi a arte da análise. A literatura além de me transportar para lugares fantásticos, levava-me a me conhecer e me reconhecer como indivíduo, como ser pensante, não só como personagem secundário, mas agora como personagem principal dentro da minha própria história...minha vida. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Ler: um processo infinito

Pertenço a uma família de sete irmãos e em nossa casa, além de muita gente, também havia bastantes livros. Dentre todos que povoavam  nossa casa, meu pai e minha irmã mais velha eram os que mais liam. Ele se atinha à história, geografia e política e ela, mais à  literatura. O que era lido, sempre gerava conversas após o jantar, em uma época em que a televisão ainda não era comum. Eu, a caçula temporã, ouvia atenta aos comentários e resumos de histórias,  enquanto, à primeira impressão, brincava em algum canto da sala.

Mesmo antes de minha alfabetização, gostava de pegar os livros, folheá-los, admirar capas e figuras, sentir-lhes o cheiro e a textura das páginas. Não via a hora de ir para escola, aprender a ler e conseguir penetrar naqueles mundos enfileirados na estante.

Aos sete anos, como costume naquela época, fui matriculada no grupo escolar. No primeiro dia de aula, estávamos todas as crianças no portão da escola aguardando a chamada para a formação da fila dupla que seria conduzida pela professora à sala de aula. Enquanto aguardava, me chamou a atenção uma jovem senhora, baixinha, loura, sorridente, que foi delicadamente pedindo licença e atravessando o que para a minha concepção infantil, era uma multidão de crianças. Meus olhos a acompanharam até  entrar no prédio.  Quando fui chamada e a fila de minha sala ficou completa, a pessoa que organizava as crianças chamou a professora da classe – Da. Maria Helena, a mesma jovem senhora que, sempre sorrindo, nos conduziu à sala onde a grande transmutação aconteceria.

A partir daquele dia, tive mais uma referência que me impulsionaria a aprender a ler. Eu agora queria ler como Da. Maria Helena: voz clara que dava vida aos textos e personagens, que entrava pelos meus ouvidos e se transformava em imagens, cenários e sensações. Assim teve início minha peregrinação pelos caminhos da leitura.

Ao ler o depoimento de Rubem Alves disponibilizado em Ler e escrever, uma porta para o outro, onde o autor coloca tão apropriadamente que “A literatura é um processo de transformações alquímicas” onde “o escritor transubstancia - sua carne e seu sangue em palavras e diz a seus leitores: Leiam! Comam! Bebam”, me veio à  memória  esse início do processo que me propicia essa alquimia. As lembranças me levaram a  entender que o fenômeno da incorporação proporcionado pelo ritual antropofágico, como diz o autor,  representado pela experiência literária, faz parte de um caminho onde as  sucessivas apropriações de virtudes das muitas vozes presentes no universo de cada leitor,  contribuem para a construção das competências que lhe permitem cada vez mais usufruir a leitura.


"E se escrevo..."

“A literatura é um processo de transformações alquímicas. O escritor transforma - ou, se preferirem uma palavra em desuso, usada pelos teólogos antigos, ´o escritor transubstancia´ - sua carne e seu sangue m palavras e diz a seus leitores: ´Leiam! Comam! Bebam! Isso é a minha carne. Isso é o meu sangue! ´. A experiência literária é um ritual antropofágico. Antropofagia não é gastronomia. É magia. Come-se o corpo de um morto para se apropriar de suas virtudes. Não é esse o objetivo da Eucaristia, ritual antropofágico supremo? Come-se e bebe-se a carne e o sangue de Cristo para se ficar semelhante a ele. Eu mesmo sou o que sou pelos escritores que devorei... E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores.”

Fonte: A beleza dos pássaros em voo", autoria de Rubem Alves,  inserido na obra Na Morada das Palavras, 3ª edição, Papirus, Campinas, p. 66. disponível em http://efp-ava.cursos.educacao.sp.gov.br/Resource/328167,8ED/Assets/conteudo_curso/modulo_01/unidade_02/dep_16.htm, acesso em 18/10/2012

Rubem Alves, psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais